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(** * Provas em Coq *)
(** - Require: carrega uma biblioteca
e.g., Require Coq.Lists.List.
- Import: coloca as definições em escopo
(sem o Import: precisar referenciar
os nomes pela identificação completa;
i.e., fully qualified)
e.g., Print List.map vs. Print map
- Require Import: carrega e coloca em escopo
Não se usa Require ao importar sub-módulos
e.g., Import ListNotations
- Require Export: carrega, coloca em escopo
e torna o módulo visível onde o módulo
atual for utilizado
Mais informações:
- https://coq.inria.fr/tutorial/3-modules
- https://stackoverflow.com/questions/47973317/require-import-require-import
*)
(** Para importar o arquivo da aula passada,
é preciso ter a versão compilada dele.
Comando: coqc aula02_gallina.v *)
Require Export aula02_gallina.
(* ############################################### *)
(** * Prova por simplificação *)
(** Lidando com o quantificador universal:
considerar a prova no contexto de um membro
arbitrariamente escolhido no domínio.
Exemplo:
Todos os laboratórios possuem datashow.
Se há datashow, há uma tela de projeção.
Logo, há tela de projeção em todos os laboratórios.
Formalização do argumento:
1. forall l : lab, D(l) [premissa]
2. forall l : lab, D(l) -> T(l) [premissa]
3. D(a) [Instanciação Universal em 1]
4. D(a) -> T(a) [Instanciação Universal em 2]
5. T(a) [modus ponens em 3 e 4]
6. forall l : lab, T(l) [Gen. Universal em 5]
Idealmente, ao instanciar, devemos usar
um símbolo diferente do ligado pela
quantificação universal (e.g., x vs. a).
Na prática, usa-se o mesmo símbolo.
1. forall l : lab, D(l) [premissa]
2. forall l : lab, D(l) -> T(l) [premissa]
3. D(l) [Instanciação Universal em 1]
4. D(l) -> T(l) [Instanciação Universal em 2]
5. T(l) [modus ponens em 3 e 4]
6. forall l : lab, T(l) [Gen. Universal em 5]
Em Coq, a tática [intro] ou [intros] realiza
IU (instanciação universal), enquanto que
[generalize dependent] realiza GU
(generalização universal). A segunda tática
veremos depois.
Uma tática é um comando usado entre [Proof]
e [Qed] para guiar o processo de provar
alguma afirmação.
Palavras [Theorem], [Example] e [Lemma]
possuem praticamente o mesmo significado.
*)
Theorem plus_O_n : forall n : nat, 0 + n = n.
Proof.
intros n. simpl. reflexivity.
Qed.
(** [reflexivity] já realiza alguma simplificação
automaticamente. Mesmo assim, o uso de [simpl]
pode ser interessante para ver o estado
intermediário da prova]. *)
Theorem plus_O_n' : forall n : nat, 0 + n = n.
Proof.
intros n. reflexivity.
Qed.
(** Inclusive, [reflexivity] realiza algumas
simplificações adicionais; por exemplo,
expandindo definições (ver exercício nandb'
da aula passada = aula02_gallina.v.
[reflexivity] faz isto, pois se a tática
funcionar, a prova é concluída e não
precisaremos ver proposições eventualmente
mais complicadas em função do processo
de expansão. *)
(** Outros exemplos de prova *)
Theorem plus_1_l : forall n:nat, 1 + n = S n.
Proof.
intros n. reflexivity.
Qed.
Theorem mult_0_l : forall n:nat, 0 * n = 0.
Proof.
intros n. reflexivity.
Qed.
(** O sufixo [_l] significa "on the leflt" *)
(* ############################################### *)
(** * Prova por reescrita *)
(** Na próxima prova, a conclusão só é válida
se [n] e [m] forem o mesmo número (i.e., [n = m]).
A tática [intros] também permite mover para o
contexto esta hipótese. Em seguida, a tática
[rewrite] para reescrever o objetivo da prova
a partir da igualdade descrita na hipótese.
Por padrão, a reescrita é da esquerda para
a direita: ->. Logo, pode-se omitir o ->.
No entanto, da direita para a esquerda é
necessário usar o símbolo <-.
*)
Theorem plus_id_example : forall n m:nat,
n = m ->
n + n = m + m.
Proof.
(* move [n] e [m] para o contexto *)
intros n m.
(* move o antecedente da implicação
para o contexto sob o nome "H" *)
intros H.
(* reescreve o objetivo usando "H" *)
rewrite -> H.
reflexivity.
Qed.
(** **** Exercise: (plus_id_exercise) *)
Theorem plus_id_exercise : forall n m o : nat,
n = m -> m = o -> n + m = m + o.
Proof.
intros n m o.
intros H.
intros H'.
rewrite -> H.
rewrite <- H'.
reflexivity.
Qed.
(** Lembrando que o comando [Admitted] deve
ser removido. Ele diz para aceitar,
no momento, que a afirmação é verdadeira.
Permite focar nos argumentos principais,
para depois voltar para as provas auxiliares.
Contudo, é preciso usar com cuidado
para não introduzir afirmações falsas como
verdadeiras *)
(** É possível usar [rewrite] considerando
teoremas previamente provados. Se a afirmação
prévia envolver variáveis quantificadas,
Coq tenta instanciá-las considerando
o objetivo de prova atual *)
Theorem mult_0_plus : forall n m : nat,
(0 + n) * m = n * m.
Proof.
intros n m.
Search (0 + _).
rewrite -> plus_O_n.
reflexivity.
Qed.
(** O exemplo anterior ilustra o quanto
o comando Search pode ser útil.
Contudo, só funciona nos módulos
"Required".
Possibilidades de uso:
- procura pelo nome: Search "len".
compare com o resultado de Search len.
- procura por id: Search False.
- procura por padrão: Search (0 + _).
Outros comandos:
- SearchPattern: somente na conclusão
- SearchRewrite: conclusões _ = _
Links:
- https://quanttype.net/posts/2016-04-19-finding-that-lemma.html
- https://coq.inria.fr/distrib/current/refman/proof-engine/vernacular-commands.html#coq:cmd.search
*)
(** **** Exercise: (mult_S_1) *)
(** Prove o seguinte teorema usando [rewrite] *)
Theorem mult_S_1 : forall n m : nat,
m = S n ->
m * (1 + n) = m * m.
Proof.
intros n m.
intros H1.
rewrite -> H1.
Search (1 + _).
rewrite <- plus_1_l.
reflexivity.
Qed.
(* ############################################### *)
(** * Prova por análise de casos *)
(** Nem tudo pode ser provado por simplificação e
reescrita. Veja o caso a seguir. O comando
[Abort] permite abortar uma prova *)
Theorem plus_1_neq_0_firsttry : forall n : nat,
beq_nat (n + 1) 0 = false.
Proof.
intros n.
simpl. (* não faz nada! *)
Abort.
(** Tanto [beq_nat] como [+] faz casamento
de padrão com o primeiro argumento *)
Print beq_nat.
Print NatPlayground2.plus.
(** Aqui, o primeiro argumento de [+] é [n];
e de beq_nat, a expressão [n + 1].
Para avançar, é preciso considerar as
possíveis formas de [n] *)
Print nat.
(** Um número ou é O (zero) ou o sucessor
de outro número. A tática [destruct]
cria uma análise de casos.
Observe que nesta prova, [0 + 1] pode
ser simplificado, o que permite simplificar
beq_nat. No outro caso, beq_nat (S _ + 1) 0
também permite simplificação pela forma
que beq_nat foi definido.
*)
Theorem plus_1_neq_0 : forall n : nat,
beq_nat (n + 1) 0 = false.
Proof.
intros n. destruct n as [| n'].
- simpl. reflexivity.
- simpl. reflexivity.
Qed.
(** A tática [destruct] permite especificar
um padrão de introdução (_intro pattern_)
usando a anotação "[as [| n']]". Este
padrão é opcional.
O que vai entre [[]] é uma lista de lista
de nomes, separadas por |, cada lista
informando o nome dos elementos a serem
introduzidos.
No caso de nat, o primeiro construtor não
recebe argumentos; logo, a lista vazia. O
segundo construtor recebe um natural,
denotado por n'.
O símbolo [-] separa os casos (sub-objetivos
de prova). A rigor, estes podem ser omitidos,
e os comandos irão atuar nos sub-objetivos
na ordem em que foram criados. No entanto,
é uma boa prática usuar o símbolo [-].
*)
Theorem negb_involutive : forall b : bool,
negb (negb b) = b.
Proof.
intros b. destruct b.
- reflexivity.
- reflexivity.
Qed.
(** A prova a seguir mostra sub-objetivos
de prova dentro de outros sub-objetivos
de prova. *)
Theorem andb_commutative : forall b c, andb b c = andb c b.
Proof.
intros b c. destruct b.
- destruct c.
+ reflexivity.
+ reflexivity.
- destruct c.
+ reflexivity.
+ reflexivity.
Qed.
(** Símbolos: [-], [+] e [*]. Se for preciso
mais hierarquia, usar [{}]. *)
Theorem andb_commutative' : forall b c, andb b c = andb c b.
Proof.
intros b c. destruct b.
{ destruct c.
{ reflexivity. }
{ reflexivity. } }
{ destruct c.
{ reflexivity. }
{ reflexivity. } }
Qed.
(** É possível combinar [intros] com [destruct].
No exemplo a seguir, "intros [|n].", faz o mesmo
que "intros x y. destruct y as [|y]." *)
Theorem plus_1_neq_0' : forall n : nat,
beq_nat (n + 1) 0 = false.
Proof.
intros [|n].
- reflexivity.
- reflexivity.
Qed.
(** Se não houver argumentos para o [destruct],
deve-se usar [[]]. *)
Theorem andb_commutative'' :
forall b c, andb b c = andb c b.
Proof.
intros [] [].
- reflexivity.
- reflexivity.
- reflexivity.
- reflexivity.
Qed.
(** **** Exercise: (andb_true_elim2) *)
(** Prova a seguinte afirmação usando [destruct] *)
Theorem andb_true_elim2 : forall b c : bool,
andb b c = true -> c = true.
Proof.
intros b c.
destruct c.
- destruct b.
+ reflexivity.
+ reflexivity.
- destruct b.
+ simpl. intros H. rewrite H. reflexivity.
+ simpl. intros H. rewrite H. reflexivity.
Qed.
(** **** Exercise: (zero_nbeq_plus_1) *)
(** Prova a seguinte afirmação usando [destruct] *)
Theorem zero_nbeq_plus_1 : forall n : nat,
beq_nat 0 (n + 1) = false.
Proof.
intros [|n'].
- reflexivity.
- reflexivity.
Qed.
(* ############################################### *)
(** ** Fixpoints e recursão estrutural *)
(** Toda função em Coq precisa terminar. Para ter
esta garantia, é necessário ter uma recursão
estrutural em elementos progressivamente
"menores". Veja a função "plus". *)
Print NatPlayground2.plus.
Fixpoint plus' (n : nat) (m : nat) : nat :=
match n with
| O => m
| S n' => S (plus' n' m)
end.
(** É possível ter funções que sempre
terminam, mas que Coq não consegue
perceber isto. *)
Fail Fixpoint f (n : nat) : bool :=
match n with
| O => true
| S n' => match evenb (S n') with
| false => f (n'-1)
| true => f (n'+2)
end
end.
(** Uma alternativa neste caso *)
Fixpoint f'_aux (n : nat) : bool :=
match n with
| O => true
| S n' => f'_aux (n'-1)
end.
Fixpoint f' (n : nat) : bool :=
match n with
| O => true
| S n' => match evenb (S n') with
| false => f' (n'-1)
| true => f'_aux (n'+2)
end
end.
(** Outra possibilidade. Qual a
diferença? *)
Fixpoint f'' (n : nat) (qtd : nat) : bool :=
match n, qtd with
| O, _ => true
| _, O => false
| S n', S qtd' => match evenb (S n') with
| false => f'' (n'-1) qtd'
| true => f'' (n'+2) qtd'
end
end.
(** Entenda as diferenças observadas
a seguir. *)
Compute (f' 4).
Compute (f'' 4 4).
Compute (f'' 4 3).
(** O comportamento de [f] pode ser resumido assim:
- Se [n] for zero, então o retorno é true.
- Se [n] for ímpar, então chama recursivamente
f' (n'-1). Se [n] é ímpar, então [n'-1]
também é ímpar, uma vez que [S n = n].
Logo, todas as próximas chamadas fará [n'-1].
- Se [n] for par, na primeira recursão
chama [f] considerando [n'+2], que é sempre
ímpar, uma vez que [S n = n] e [n] é par.
Logo, caindo no caso anterior.
Veja alguns exemplos:
- [n = 0]
true
- [n = 1]
- [f (1-1) = f 0]
- true
- [n = 2]
- [f (1+2) = f 3]
- [f (2-1) = f 1]
- [f (0-1) = f 0]
- true
- [n = 3]
- [f (2-1) = f 1]
- [f (0-1) = f 0]
- true
- [n = 4]
- [f (3+2) = f 5]
- [f (4-1) = f 3]
- [f (2-1) = f 1]
- [f (0-1) = f 0]
- true
- [n = 5]
- [f (4-1) = f 3]
- [f (2-1) = f 1]
- [f (0-1) = f 0]
- true
- [n = 6]
- [f (5+2) = f 7]
- [f (6-1) = f 5]
- [f (4-1) = f 3]
- [f (2-1) = f 1]
- [f (0-1) = f 0]
- true
...
Em resumo:
- [n = 0], 0 recursão
- [n = 1], 1 recursão
- [n = 2], 3 recursões
- [n = 3], 2 recursões
- [n = 4], 4 recursões
- [n = 5], 3 recursões
- [n = 6], 5 recursões
0, 3, 4, 5, 6, 7, ... recursões
0, 2, 4, 6, 8, 10, ... valor de [n] par
recursões para n = n/2 + 2, quando n > 0
recursões para n = 0, quando n = 0
1, 2, 3, 4, 5, 6, ... recursões
1, 3, 5, 7, 9, 11, ... valor de [n] ímpar
recursões para n = (n+1 / 2)
Veja a próxima definição de [f'''].
Entenda em como esta difere de chamar
diretamente [f''].
*)
Definition f'''_aux (n : nat) : nat :=
match n with
| 0 => 0
| S n' => match evenb n with
| false => (Nat.div (n+1) 2)
| true => (Nat.div n 2) + 2
end
end.
Definition f''' (n : nat) : bool :=
f'' n (f'''_aux n).
Example f'''_test0 : f''' 0 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test1 : f''' 1 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test2 : f''' 2 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test3 : f''' 3 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test4 : f''' 4 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test5 : f''' 5 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test6 : f''' 6 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test7 : f''' 7 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test8 : f''' 8 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test9 : f''' 9 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
Example f'''_test10 : f''' 10 = true.
Proof. reflexivity. Qed.
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(** * Leitura sugerida *)
(** Software Foundations: volume 1
- Aspectos básicos (até o final de "Data and Functions")
https://softwarefoundations.cis.upenn.edu/lf-current/Basics.html
*)